DIÁRIO
DE BORDO N. 07
Tema: Fado
Data: 26 de fevereiro de 2014, 10h.
Existem
controvérsias sobre a origem do fado em Portugal, uns dizem que foram os mouros
(árabes), outros os marinheiros. Sabe-se, no entanto, que a palavra significa “destino”, “fatalidade” e foi considerado
Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura - UNESCO.
Os cantores do fado embalam-se os versos que expressam paixões, amores e as
tristezas ao som da guitarra portuguesa (viola), como, por exemplo a letra de “O Fado Chora-se Bem” de Amália Rodrigues:
Moram numa rua escura
A tristeza e a amargura
A angústia e a solidão
No mesmo quarto fechado
Também lá mora o meu fado
E mora meu coração
Tantos passos temos dado
Nós as três de braço dado
Eu a tristeza e a amargura
À noite um fado chorado
Sai deste quarto fechado
E enche esta rua tão escura
Somos vizinhos do tédio
Senhor que não tem remédio
Na persistência que tem
Vem persistência que tem
Vem p'ró meu quarto fechado
Senta-se ali a meu lado
Não deixa entrar mais ninguém
A tristeza e a amargura
A angústia e a solidão
No mesmo quarto fechado
Também lá mora o meu fado
E mora meu coração
Tantos passos temos dado
Nós as três de braço dado
Eu a tristeza e a amargura
À noite um fado chorado
Sai deste quarto fechado
E enche esta rua tão escura
Somos vizinhos do tédio
Senhor que não tem remédio
Na persistência que tem
Vem persistência que tem
Vem p'ró meu quarto fechado
Senta-se ali a meu lado
Não deixa entrar mais ninguém
Nesta risonha morada
Não há lugar p'ra mais nada
Não cabe lá mais ninguém
Só lá cabe mais um fado
Que neste quarto fechado
O fado chora-se bem
Amália Rodrigues
Não há lugar p'ra mais nada
Não cabe lá mais ninguém
Só lá cabe mais um fado
Que neste quarto fechado
O fado chora-se bem
Amália Rodrigues
No Museu do Fado, em Lisboa, está a história
desse estilo musical, desde os tempos remotos aos instrumentos e até de fadistas
inesquecíveis a exemplo de Amália Rodrigues, considerada a rainha do fado e que
divulgou a cultura portuguesa.
De seu
repertório, a música que acho mais bonita é “Povo que lavas no Rio” http://www.youtube.com/watch?v=HJ-ugf0_YPg No Museu encontra-se, também, a
criação de José Malhoa que retratou a “marginalidade”, em 1910, na obra “O
Fado”.
Figura 01- “O Fado”, José
Malhoa, 1910. FONTE: CÂMARA
MUNICIPAL DE LISBOA. O Povo de Lisboa.
Tipos, Ambiente, Modos de Vida, Mercados e Feiras, Divertimentos, Mentalidades.
Centro de Artes Plásticas dos Coruchéus. Direcção dos Serviços Centrais e
Culturais. Exposição Iconográfica, Junho\Julho, 1978-1979.
No Bairro de Alfama existem muitas Casas
de Fado, restaurantes, cafés, artesanatos, pensões e etc. Trata-se de um ponto
turístico considerado mais antigo e de origem árabe que significa “banhos” ou “fontes”.
O local guarda a história nos prédios antigos, azulejos, candeeiros, ruas
estreitas, roupas penduradas nos varais, juntamente com os jarros de flores nas
varandas. Neste lugar conheci a Casa “Fado Maior”, como ilustra a foto abaixo:
Figura 02-Casa de Fado no Bairro de Alfama. Fonte:
Arquivo Pessoal
O lugar é acolhedor e apropriado para
apreciar à boa música de fadistas como Julieta Estrela, Bruno Igrejas, Jorge
Morgado, Maria Odília Henriques e Clara Cristão, entre outros. Para completar a
noitada, a Casa, que também é um restaurante, serve um delicioso jantar:
primeiro, a entrada com queijo, azeitona e pão. Depois, a refeição principal
com bacalhau e batata e por último, a sobremesa. O vinho não pode faltar à mesa
e muito menos o som da viola e os versos do fado.
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