sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014


DIÁRIO DE BORDO N. 06

Tema: Algumas músicas

Data:  24 de fevereiro de 2014, 10h.

 

            As músicas que embalaram alguns momentos que tive e guardarei de Portugal: MADREDEUS, Paulo Gonzo e Nelson Freitas.

As músicas de MADREDEUS já conhecia a partir da minissérie “Os Maias”, produzida pela Rede Globo (2001) com base a obra de Eça de Queiroz e que teve algumas cenas gravadas no Palácio e Quinta da Regaleira, em Sintra, Portugal. O local é simplesmente lindo!
Figura 01-Palácio e Quinta da Regaleira, Sintra, agosto, 2013. Fonte: Arquivo Pessoal.
A foto acima registra o local em que Dom Afonso da Maia (Walmor Chagas), o patriarca, observa o filho Pedro (Leonardo Vieira), passeando de carruagem com a Maria Monforte (Simone Spoladore), “a negreira”, pois, assim, era chamada por conta do enriquecimento do pai, Manuel Monforte (Stênio Garcia), no tráfico de escravos.
O que me marcou foi viver a literatura, a música, o lugar e ter a sensação de estar no passado. A construção do prédio iniciou no ano de 1900 e foi inaugurado no ano de 1912. O primeiro proprietário foi o casal António Augusto e Perpétua Carvalho Monteiro.
O grupo português, MADREDEUS, mistura músicas eruditas, tradicionais e populares contemporâneas. Na minha opinião, as mais lindas são:
Também gosto de
 
Conheci as músicas de Paulo Gonzo, cantor português, e passei apreciar as músicas abaixo:
-Dei-te Quase Tudo” - http://www.youtube.com/watch?v=kYPdeZCA6d0
 
Nelson Freitas, cantor holandês, tem uma forma especial que mistura a música tradicional de Cabo Verde com o inglês. A mais bonita, na minha opinião, é “ Bo Tem Mel” (ft. C4 Pedro) e fez muito sucesso naDança com as Estrelas”, 6ª Gala - Pedro Teixeira (ator) e Mônica (dançarina) – Kizomba - http://www.youtube.com/watch?v=J9PMnJfmTGE
 
            Ariza Rocha
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014


DIÁRIO DE BORDO N. 05

Tema: Inverno Rigoroso

Data:  20 de fevereiro de 2014, 10h.

 

                Cheguei em Lisboa no mês de agosto. Clima gostoso para ir à praia, passear pela Avenida da Liberdade até o Tejo, vestir short e blusas finas, enfim, um clima até parecido com aquele de Fortaleza e Crato, Ceará, se não fosse pelo fato do sol deitar-se no horário de 21 horas.
 
                Na ocasião, não entendia o valor que o sol despertava nas pessoas, principalmente, em minha amiga Tereza que, após o trabalho, sempre que podia corria, literalmente, à Praia. Ora, cearense como sou, acostumada a viver e, até fugir, do sol de 40º Graus que reina quase os 365 dias do ano e sendo a sertaneja que pede chuva ao sertão, realmente, reconheço que nunca valorizei o calor do sol. Sim, porque o fato de ter a luz do sol não quer dizer que tenha o calor do sol, aprendi isso na Serra da Estrela:


Fig. 01- Serra da Estrela, dia 22 de nov. 2013.
Fonte: Arquivo Pessoal 

Quando o inverno chegou em Lisboa, fui “tentar” adaptar-me ao frio. Primeiro comprando roupas adequadas. Então, passei a usar botas, uma calça comprida de malha por baixo e uma calça comprida (tipo jeans) por cima. As blusas seguem a sequência: uma fina, uma blusa de manga comprida de lã e um blusão de chuva. Depois, por cima daquelas camadas de blusas, adotei o casaco de flanela (até os joelhos), cachecol para proteger a garganta e até esconder o nariz e, por fim, as luvas.
                Uma boa cama tem que ter as seguintes cobertas: lençol de flanela, edredom, lençol de flanela e mais um edredom. Lençóis finos nem pensar! Sair da cama só por força de algum compromisso. Nunca tinha experimentado tocar em um caderno, celular e roupa com repugnância por estarem gelados.
                Todos tentam proteger do frio como podem. Caso contrário, ficam vulneráveis à gripe, os lábios ficam feridos, o nariz vermelho e entupido e ainda há o risco de contrair doenças mais sérias a exemplo da pneumonia. Neste contexto, os cachorrinhos andam agasalhados e os prédios também ficam danificados como, por exemplo, o Estádio da Luz ou Estádio do Sport Lisboa e Benfica. No mês de janeiro, mais precisamente no dia 17, o Estádio ficou cercado de granizo. Um jogo foi cancelado. Um mês depois, em fevereiro, as pesadas chuvas afetaram a cobertura do Estádio e adiou o jogo do Benfica versus Sporting.
                Próximo mês chegará a primavera e já estou aprendendo o significado de ter uma primavera.


Fig 02-Estádio da Luz, 17 jan. 2014.
Fonte: Facebook.

 

Ariza Rocha

 

domingo, 23 de fevereiro de 2014


DIÁRIO DE BORDO N. 04

Tema: Diferenças entre o Português de Portugal e do Brasil

Data:  18 de fevereiro de 2014, 10h.

 

            Falando a mesma língua portuguesa, mas com particularidades que vão desde a grafia (atrativo, atractivo, etc.), fonética (fazendo um paralelo do sotaque nordestino com o carioca, aqui há o alentejano e o madeirense, por exemplo) e a semântica. As palavras revelam as proximidades e o distanciamento entre o Brasil e Portugal, que estão para lá da linguagem e que extrapolam essas poucas linhas. Contentaremos na apresentação de algumas diferenças.

De início, fui apresentada ao sentido de ser “brazuca” versus “portuga” que pode ser empregado no sentido pejorativo (posteriormente, trataremos disso) e brincalhão, mas dependendo da relação dos envolvidos pode ser também de carinho. Neste sentido, é bom ter cuidado com o uso do “tu” e “você”, que varia de acordo com o grau de intimidade com o outro (formal ou informal).

Algumas expressões que estão presentes no cotidiano: “Desculpa lá!” (Usado para pedir licença ou desculpa), “Percebe!” (No sentido de entender),” É giro!” (Empregado para dizer quando uma coisa está na moda ou é legal, bom, bonito),” Oh pá!” (Uma exclamação, interrogação ou contestação), “Estou sim!” (Uso comum ao atender o telefone),” Faz confusão!” (Ficar confusa, ficar à deriva).

Um ponto que me chamou a atenção foi o que observei nas pichações e nas paradas de ônibus: amo-te, liga-me e etc. O uso do gerúndio também é outra diferença. Nós, brasileiros, usamos “chegando” e eles usam “a chegar”. O “bom dia” aqui é até a hora do almoço e o “boa noite” só depois do jantar, caso contrário, ainda é “boa tarde”. O “Até amanhã” é empregado no sentido de “Até a próxima”. Outras curiosidades:

 Celular
telemóvel
Coca-Cola
Cola
Sorvete
Gelado
Fresco
Natural, no sentido de ser do momento
Metrô
Metro
Ônibus
Autocarro
Parada de ônibus
Paragem
Sanduiche
Sande
Suco
Sumo
Cigarro
Tabaco
Homem ou mulher mais velhos
Cota
Jovem
Miúdo (miúda)
Criança, garoto
Puto
Xícara de café
Chávena
Um copo de leite (com ou sem café)
Galão
Lanchonete
Café ou pastelaria
Açougue ou Frigorífico
Talho ou Casa de Talho
Geladeira
Frigorífico
Xícara de café cheia
Bica
Café da manhã
Pequeno almoço
Banheiro
Casa de banho
Trem
Comboio
Compreender
Perceber
Moça nova
Cachopa
Guarda-chuva
Chapéu de Chuva
Menina, jovem
Rapariga
Fila
Bicha
Local
Sítio
Chácara (Fazenda)
Quinta
Campo
Terra (local de origem)
Legal, bacana
Fixe
Goleiro
Guarda-redes
Blusa
Camisola
Van
Carrinha
Bumbum
Rabo
Pizza
Piza
Preguiçoso
Calão

 

Ariza Rocha