quarta-feira, 28 de maio de 2014

DIÁRIO DE BORDO N. 22

Tema: Pontes, amores e cadeados

Data:  27 de Maio de 2014, 15h
 

                O Rio Douro separa o Porto e Vila Nova de Gaia e a Ponte Luís I permite a ligação das referidas cidades. Construída entre os anos 1881 e 1888, a Ponte possui o piso inferior que viabiliza a circulação de carros leves, pesados e pedestres (peões) e o pavimento superior circula o metro (metrô), conforme ilustra a foto abaixo:

                           Figura 01- Ponte Luís I, Porto, Portugal. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.

             O lugar é lindo. Impressiona pela estrutura de ferro, a magia do Rio Douro e a beleza da zona da Ribeira. Ao anoitecer, a iluminação completa o espetáculo.
            Atravessando a Ponte, chamou-me a atenção os vários cadeados algemados. Alguns estavam em lugares inusitados, outros à vista. Uns estavam marcados com iniciais e diversos possuíam a figura do coração. Meu irmão, Duílio Rocha, explicou que os apaixonados selavam, ali, as juras de seus amores. Vejam a foto abaixo:

           Figura 02- Cadeados, Ponte Luís I, Porto, Portugal. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
             A Ponte é a testemunha, entre outros sigilos, dos amores e, também, dos desamores, pois, entre tantos cadeados, quais terão o segredo do amor eterno? Resposta que apenas os amantes saberão, pois, as chaves são jogadas e sedimentadas no fundo do Rio Douro.
            Semelhante prática de amor (se assim, posso chamar) está presente em Paris, nas grades da Pont des Arts (construída no regime de Napoleão Bonaparte, 1844). O Rio Sena é o guardião das chaves dos amores. Os amantes acreditam que, assim fazendo, o amor chegará a infinidade. São tantos cadeados que a estrutura de ferro fica dourada, conforme segue ilustração:

                  Figura 03: Cadeados na Pont des Arts, Rio Sena, Paris, França. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.

            Passeando pela Ponte, o guia informou que, em uma determinada noite, todos cadeados tinham desaparecidos. Diante do questionamento de tal ausência, no dia posterior, os cadeados, misteriosamente, apareceram. Imaginem todos os cadeados, como demonstra a foto abaixo, desaparecerem em uma noite!
 
Figura 04: Cadeados na Pont des Arts, Rio Sena, Paris, França. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.

            Mistério a parte, o fato é que, segundo o jornal The Guardian, “cerca de 700 mil cadeados presos, com um peso de 93 toneladas, equivale aproximadamente ao mesmo que 20 elefantes em pé sobre uma ponte que foi projectada para o tráfego de pedestres” (http://www.publico.pt/mundo/noticia/em-paris-a-tradicao-dos-cadeados-do-amor-esta-quase-a-chegar-ao-fim-1633891#/0).
            Não sei se há um culpado: o amor ou os amantes. Só sei que é impossível visitar Paris sem se lembrar de Edith Piaf e as canções de amor: “L’hymne à L’amour”, “La Vie en Rose”, “Non, je ne regrette rien”; Jacques Brel e “Ne me quitte pas”, Dalida & Delon em “Parole, Parole”, Yves Montand e “Autumn Leaves”, entre tantos outros.
            Em Porto, na ocasião da visita, fui envolvida pela apaixonante música de Jorge Palma, “Encosta-te a mim”. Simplesmente linda! De uma coisa tenho certeza: Bendito seja o amor que modifica as pessoas e até as estruturas de ferro.
Ariza Rocha
http://www.urca.br/portal/
 

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