quinta-feira, 1 de maio de 2014


DIÁRIO DE BORDO N. 17

Tema: Portugal Cristão

Data:  29 de abril de 2014, 10h
FIGURA 01- Pintura em azulejos representando Jesus carregando a cruz, Lisboa. Fonte: Arquivo Particular, 2014.
            É fácil observar a religiosidade do povo lusitano manifestada nas muitas igrejas, claustros, mosteiros, conventos, santos, ruas com os nomes religiosos, arte sacra, doçaria, práticas alimentares, azulejaria, estátuas, vitrais, cerâmicas, enfim, são profundas as raízes do cristianismo e, não somente por aqui, pois, cito o intercâmbio cultural, religioso e educacional no Brasil diante da presença de muitas ordens religiosas (Jesuítas, Franciscanos, Beneditos, entre outros) que, através de jovens missionários, a exemplo de Padre António Vieira e Padre Anchieta, interviram onde poucos queriam atuar na colônia brasileira.
Contudo, sublinho que as origens do cristianismo estão entrelaçadas com a história do Império Romano na província da Lusitânia e que alguns mártires dos séculos III e IV testemunhavam a cristianização. Avançando no tempo desse contexto religioso destaco, em Portugal, a devoção ao Santo António, conforme a foto abaixo:
FIGURA 02- Imagem de Santo António com o menino Jesus, Igreja de Santo António, Lisboa. Fonte: Arquivo Particular, 2014.
 
O conhecido “Santo Casamenteiro” tem o dia 13 de junho em sua homenagem, seja aqui, ou no Brasil. No entanto, desconhecia algo mais da vida do homem que se tornou Santo. E imagino que, assim, como eu, outras pessoas também desconhecem. Na Igreja, local em que nasceu, há a seguinte síntese de sua história:
 
[…] Foi em Lisboa que Fernando de Bulhões estudou, primeiro na escola da catedral e, a partir de 1210, em São Vicente de Fora. Deste mosteiro partiu para o dos Cónegos Regrantes de Santa Cruz de Coimbra onde professou em 1212. Impressionado com o martírio dos franciscanos em Marrocos, entrou na Ordem dos frades menores, pretendendo dirigir-se também ele a terras de África. Partindo em viagem, aportou na Sicília tendo vivido o resto dos seus dias na Itália onde se revelou grande pregador e teólogo. Veio a morrem em Pádua, em 1231. Foi canonizado por Gregório IX e em 1946 é proclamado Doutor da Igreja por Pio XII […].
 
 A fé ao padroeiro é tão grande que, em Lisboa tem uma rua em homenagem aos seus milagres, como demostra a foto abaixo:
FIGURA 03- Rua de Lisboa. Fonte: Arquivo Particular, 2014.
Outro local religioso que chamo atenção é a Capela dos Ossos, no prolongamento do convento de São Francisco, em Évora. Construída no início do século XVII, os franciscanos criaram-na no intuito de refletir a transitoriedade da vida. Assim, a Capela chama atenção em vários pontos. O primeiro é a frase “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”. Outro ponto forte de reflexão é a decoração da Capela:
 
                                                                                                  
  BLOCO DE FIGURAS 04- Capela dos Ossos. Fonte: Arquivo Particular, 2014.
As fotos demonstram que as paredes são revistas de ossos, crânios e caveiras marcadas por símbolos, alegorias e citação da Sagrada Escritura. Calcula-se a existência de uma média de 5000 crânios. A Capela é linda e, na minha opinião, cumpre um duplo papel: contemplar e meditar.
 
Ariza Rocha
http://www.urca.br/portal/
 
 
 

Um comentário:

  1. Que frase sombria , nós ossos ... Realmente exige muita reflexão sobre nossa existência e nossa memória. A C.I.ocidentais repercutiu sobre a criação de pessoas jurídicas na busca de interesses econômicos e sociais .

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